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EBEN BYERS, O ATLETA QUE BEBEU ÁGUA RADIOATIVA ATÉ SEU QUEIXO CAIR

Eben Byers era um homem de sucesso: herdeiro de um império industrial, atleta renomado e campeão de golfe. 

Mas sua vida tomou um rumo trágico quando começou a consumir Radithor, uma suposta “cura milagrosa” que, em vez de fortalecer seu corpo, literalmente o destruiu de dentro para fora.

O ATLETA E O INDUSTRIALISTA

Filho do magnata Alexander Byers, Eben nasceu em meio ao luxo e recebeu uma educação privilegiada, estudando na St. Paul’s School e na Universidade de Yale. 

No esporte, destacou-se no golfe, conquistando o título de campeão amador dos Estados Unidos em 1905, depois de ter sido vice-campeão em 1902 e 1903. Com o tempo, assumiu a presidência da Girard Iron Company, empresa fundada por seu pai.

A ORIGEM DA DESGRAÇA: RADITHOR

Em 1927, um incidente aparentemente banal mudou sua vida. Byers caiu de um beliche em um trem e machucou o braço. Para tratar a dor persistente, um médico recomendou Radithor, um tônico milagroso que prometia revigorar o corpo e estimular o sistema endócrino. O problema? Era basicamente água com radiação.

Radithor era vendido por William J. A. Bailey, um ex-estudante de Harvard que se apresentava como médico, embora nunca tivesse se formado. 

Ele lucrava milhões vendendo essa solução radioativa, incentivando médicos a prescrevê-la em troca de comissões. Byers comprou a ideia e começou a tomar doses diárias da “poção energética”.

O CORPO EM DECOMPOSIÇÃO

Byers adorava os supostos efeitos do Radithor. Relatava sentir-se revigorado e, convencido dos benefícios, chegou a consumir mais de 1.400 frascos do produto. 

No entanto, os sintomas começaram a surgir: perda de peso, dores de cabeça e, em pouco tempo, seus dentes começaram a cair. Mas o pior estava por vir.

Em 1931, a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos chamou Byers para testemunhar contra a Radithor, mas ele estava fraco demais para viajar. 

Um advogado foi enviado à sua casa e o encontrou em um estado aterrador: quase toda sua mandíbula superior havia sido removida, restando apenas dois dentes; grande parte da mandíbula inferior também havia desaparecido. 

Além disso, buracos estavam se formando em seu crânio e seus ossos estavam literalmente se desintegrando.

No dia 31 de março de 1932, Eben Byers faleceu devido a complicações causadas pelo envenenamento por radiação. Seu corpo estava tão impregnado de material radioativo que precisou ser enterrado em um caixão revestido de chumbo para evitar contaminação.

O LEGADO DA MORTE DE BYERS

O caso de Eben Byers teve grande repercussão e ajudou a alertar a população sobre os perigos dos chamados “tratamentos radioativos”. 

Como consequência, a Comissão Federal de Comércio proibiu Bailey de continuar vendendo Radithor, classificando suas alegações médicas como falsas e perigosas.

Mesmo assim, o golpista seguiu explorando a radioatividade, vendendo cintos radioativos, pesos de papel radioativos e até dispositivos que supostamente deixavam a água mais “saudável” ao torná-la radioativa.

Em 1965, o corpo de Byers foi exumado para estudos científicos. O físico Robley Evans, do MIT, analisou seus restos mortais e estimou que ele havia consumido cerca de 1.000 μCi (37 MBq) de rádio, o suficiente para causar danos irreversíveis. 

Suas pesquisas ajudaram a entender melhor os efeitos da radiação no organismo humano, contribuindo para regulamentações mais rigorosas.

A LIÇÃO FINAL

O caso de Eben Byers é um lembrete brutal das consequências de confiar cegamente em promessas milagrosas da ciência sem comprovação. 

O homem que buscava vitalidade encontrou a destruição, tornando-se um dos exemplos mais extremos dos perigos do uso indiscriminado da radioatividade na medicina. 

Seu nome ficou para a história como um alerta sobre os limites entre inovação e irresponsabilidade.

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